Já tava na hora de eu começar a falar sério por aqui. Ou não, sei lá. O certo é que passo 90% do meu tempo trabalhando, estudando, enfim, envolvida com aquilo que escolhi pra mim como profissão. Não vou ficar rica, as vezes vou ficar frustrada, mas na maioria das vezes, vou estar feliz. Outro dia vi um tuíte (sim, atenta às novas tecnologias) de um jornalista bem conhecido pelos meus cantões que tirou uma foto dos seus pés e avisou que estudou muito para poder trabalhar de havaianas... Na hora me bateu uma invejinha, de leve, pois também estudei bastante e ando em cima de um salto enorme todos os dias (é bem verdade que eu adoro salto alto). E aí que está a beleza do que escolhi fazer: posso passar horas em cima do salto, posso passar horas falando em público, posso passar horas cumprindo prazos, posso passar horas em audiências (isso é chato), mas também posso passar horas angariando fundos para pagar o diesel que vai ir no barco que vai tentar desencalhar uma baleia (e as vezes eu que pago mesmo), também posso ficar dias de biquini olhando o movimento dos golfinhos rotadores (acompanhada desse pessoal que estuda e me explica o que não sei), também posso fazer curso de salvamento de animais marinhos, como também posso ajudar quem ajuda animais abandonados. Em resumo, não é nada chato.
E isso veio depois de muitas buscas ao final do colégio, de vestibulares perdidos, de entrar pra medicina. Um dia disse pro meu pai que queria proteger a natureza. Meu véio, bem sábio, me mandou para o direito dizendo que não há luta que não passe pelas leis. E tava certo (como quase sempre) meu amado paizinho!
Hoje sou expert (é isso mesmo, sem falsa modéstia) em um ramo marginalizado do Direito, o Direito do Ambiente. E não satisfeita, optei por me doutorar numa matéria que está à margem do que já é marginalizado: o direito dos animais.
Não sei bem, ainda, se direito dos animais é a melhor nomenclatura, mas é a que se tem e nesse espaço, vou dividir pensamentos, dúvidas, anseios e esperanças com relação, ao que chamo, de direito à vida!
