Como uma onda no mar...

Como uma onda no mar...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

FICÇÃO

Essa semana um assunto tem estado presente, incessantemente, nas rodas da mulherada. Não importa a idade, a experiência, ou mesmo a falta dela! E aí me botei a pensar (só pra variar um pouco) e como não tenho nenhum compromisso científico com as minhas opiniões ou mesmo alguma responsabilidade em escrever bem, com estilo e etecetera... Aí vai... Por que a mulher é levada, desde guria, a buscar (e acreditar) no amor perfeito, no amor eterno? Não estou dizendo que não exista, que alguém não viva, que eu não vá viver algum dia, o que me intriga é questão de ter de ser perfeito. Tenho uma amiga na casa dos 20. Linda. Realmente linda. Estuda medicina. Tem família boa. É inteligente e... Não namora. Não acredita no amor. Não acredita em relacionamentos (e isso que seus pais formam o casal quase perfeito. Será por isso? Alguém interessado? Hehe). Uma outra amiga, supermegabemsucedida, começou a sair com um cara que, enfim, financeiramente não se deu tão bem assim. Resultado, a galera pegou no pé da guria, mas pegou forte. Putz, resultado, terminaram. E eu me questiono, o que o povo tem a ver com isso? Amor, relacionamentos e tudo o mais não seria uma coisa a dois (em regra, em regra)? Poxa, será que se não for lindo, bem sucedido, trabalho legal, rico e tudo o mais, não serve? Sei lá. Vejo meus amigos homens. Os caras trocam de namorada pra caramba e pouco estão se importando se a guria é mais nova ou mais velha (e olha tenho visto muito guri novo com guria mais velha beeeemmmm feliz), se tem salário alto ou é herdeira, se é inteligente ou limitadinha. Se gostam, vão firmes e nenhum dos amigos avacalha (muito! Hehe). Essa coisa toda está criando uma leva de gente descrente, desanimada e desencantada com o amor. O que é uma pena. Já tomei algum tufo nessa vida. Mas valeram a pena. Aprendi um pouco mais sobre mim em cada um deles. Tá certo que a gente vai ficando mais velho, mais cheio de mania e mais exigente (até consigo mesmo), mas o certo é que quando o amor bater não vai importar se o cara é alto, baixinho, novo ou novinho (hehe, brincadeira), feio, charmosinho ou um espetáculo, desde que a coisa funcione. A coisa, digo, o relacionamento. Meus pais me fazem acreditar no amor pelo exemplo (minha mãe é um espetáculo e o meu pai é querido – ela sempre diz que os bonitinhos só dão trabalho hehehe), assim, vejam só, já dura muito tempo, lá se foram 45 anos (e a minha mãe ainda é um espetáculo). Relacionamento perfeito é ficção, afinal se eu não sou perfeita, ninguém é! (hihi). Portanto, ainda em busca, ainda a espera e seja do jeito que for... se for bonitinho, melhor ainda!

I’LL ALWAYS HAVE TO STEAL MY KISSES FROM YOU

A música faz parte da vida, faz parte da minha vida (assim como faz parte da vida de quase todas as pessoas). A questão talvez seja que falo isso e não sou música (minha mãe até tentou, me colocou em aulas de piano... um fracasso), não tenho talento musical (às vezes me pergunto se tenho algum talento, qualquer que seja. Ai! É claro que tenho! hehe), meus pais não são músicos e nunca tiveram amigos músicos, mas quase todas as minhas lembranças tem fundo musical (uma música ambiental bem particular). Sem contar que eu simplesmente adoro cantar (coitados daqueles que encaram uma estrada comigo! Ah, mas vamos lá! Confessa: nada como cantar numa road trip!). É a música de acordar (a Ilha não tem a menor graça sem ela), de ir pra praia (nada a ver ir pra praia com uma trilha dos Rolling Stones. Desculpa aí, mas é verdade, pelo menos a minha verdade!). Música de se animar pra trabalhar, pra lembrar de alguém, pra lembrar de um lugar, de um momento. A música me lembra até cheiros e sabores. Com a música posso te alcançar, posso mudar o mundo... with own my two hands! Posso te abraçar, te confortar, ajudar a salvar a humanidade... with my own two hands! A música inspira, faz a gente olhar as estrelas e... I’m waiting for you, mas ao contrário da música, eu não posso viver sem você, portanto, não deixe de cruzar o seu olhar com o meu, eu vou jogar meu corpo por cima do seu. I’m searching for you por todos os lados, em todos os lugares, em todas as pessoas, nos meus sonhos. All of my live where ever you been? I Wonder if I ever see you again. Porque eu quero te encontrar, quero te amar, porque você pra mim é tudo, minha terra, meu céu, meu mar. My Love, forever! Mas você ignora tudo o que eu faço, você vai embora. É incrível como a música está sempre presente e elabora vínculos que são indescritíveis, inexplicáveis, são sensoriais. E esses vínculos às vezes se formam entre as pessoas e a música, uma conexão única (aquela coisa do casal e a sua música, a nossa música – nunca tive isso). Talvez por nunca ter tido a nossa música, resolvi não mais me apaixonar por quem só quer me fazer sofrer, por quem só quer me fazer chorar. Porque o amor, às vezes, só machuca a gente, mas não sei, com você pode ser diferente e aí eu paro de fazer promessa pra nunca mais amar. Porque eu só penso em você. O mundo assim parece tão pequeno, eu continuo tendo visões. Mas depois que nos encontramos, eu esqueço todo o tempo que eu fiquei sem te ver. Fora tudo o mais que eu penso, eu só penso em você. Fico em casa a espera do nada, nenhuma visita, nenhuma chamada... Nenhuma esperança, nenhuma canção. Mas depois que nos encontramos eu esqueço todo o tempo que fiquei sem te ver, fora tudo o que eu me perco, tudo o mais que eu penso, eu só penso em você. Certa vez achei que havia encontrado o amor verdadeiro (caramba, existe isso?) e com esse amor parecia que havia descoberto a nossa música. Então um dia num lugar lindo, muito, muito distante, olhando o mar ao lado de quem era para ser para sempre e ouvindo a música que era para ser a nossa, meu coração e minha mente me pregaram uma peça e alertaram: ainda não é agora, não é dessa vez. E na beira daquela praia, me dei conta de que a música era perfeita, o lugar era perfeito, só que nós não tínhamos sido feitos um para o outro. Vou errando enquanto o tempo me deixar... E assim foi o fim da música e do para sempre, mas a viagem foi ótima (pena que não tenhamos permanecido amigos). Afinal, some days are diamonds, some days are rocks! Some doors are open, some roads are blocked. Sometimes you happy, sometimes you cry! Half of me is ocean, half of me is sky! Some things is over, some things go on! Part of me you carry and part of me is gone (tu me entende, né?!). E aí, aquele brown sugar fades away like a sunset in some boulevard. Mas as lembranças dos cheiros e das experiências continuaram musicadas. E de repente (não mais que de repente), depois de muito IRA (ou será que foi depois de muita ira?), Nando Reis, Cassia Eller, Jack Johnson (ninguém me convence que eu não sou a Belle!), Los Hermanos, Ben Harper (sim, sem sombra de dúvidas só sou feliz no sol) entro em uma sala e vejo um alguém tão inalcançável, tão improvável, tão impossível que fez paralisar tudo em mim, até o som da minha música ambiental (que me acompanha a todo o momento calou). Será que fiquei menos louca? Ou só aumentou a loucura? E, então, de repente, como se saindo de um transe, minha mente e meu coração me pregaram outra peça (será que alguma coisa nisso tudo faz sentido?) e eu começo a ouvir a trilha que me traduziu o turbilhão pelo qual a minha alma passava, pois, por você eu dançaria tango no teto (na real, vamos ser sinceros, eu dançaria tango pela primeira vez), limparia os trilhos do metro, eu iria a pé do Rio a Salvador... Eu aceitaria a vida como ela é... Eu mudaria até o meu nome (isso é certo), eu viveria em greve de fome (isso incluiria a Coca-Cola e a champagne!) e desejaria, todos os dias... Só você. Então, não me importa a impossibilidade, a improbabilidade e não me importa se I’ll always have to steal my kisses from you, porque eu quero você, como eu quero. Caramba, o verdadeiro amor existe sim! Mas talvez... Não agora.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

SALSICHAS ENDLER


Essa história (estória? Ainda existe isso?) que vou contar é marcante, emocionante, hilariante e mudou a minha vida, isso é fato. Hoje eu estava lendo um blog de uma amiga (http://www.pudimdeideias.wordpress.com/ – vale a pena, passe por lá!) e me deparei com um post que diz assim: “das coisas que eu não fui”. Simplesmente maravilhoso. Não vai ter uma viva (ou morta) alma (alma morre?) que não vá se identificar em algum momento. Tomei a liberdade de recortar esse trecho, pra vocês entenderem do que estou falando: “(...) voltando mais no tempo (e agora ao ‘plim’ da conversa do meu amigo, depois de passar por tudo isso em uma fração de segundo), me lembrei que: 1. com um ano e meio eu fiz a minha primeira leitura. Minha mãe olhava o guia e tinha uma propaganda de um banco sibisa (acho que era banco, não lembro, ha-ha-ha) e eu olhei pra ela, apontei o dedo e li: sibisa, sibisa, sibisa, tudo sibisa (a propaganda era, pelo que ela me explicou, um sibisa grande, cheios de mini sibisas atrás). Minha mãe conta isso até hoje com muito orgulho. 2. as duas professoras da pré-escola foram até a minha mãe pedir que eu fosse matriculada na turma delas. Minha mãe ficou se achando, mas depois eu cheguei a conclusão de que elas queriam era uma Maria pro presépio (e eu fui a Maria. Sim, eu tinha cabelo comprido). 3. eu fui a primeira a aprender a ler e escrever da minha turma. Não só a minha mãe conta isso, como a mãe da minha amiga também, que ficou impressionadíssima, que enquanto eu lia os outdoors e tudo que aparecia (típico de alfabetizando), a filha dela (minha melhor amiga) neeem se coçava… E por aí vai, né? Não vou ficar contando os detalhes… O que importa é que eu sempre fui ‘a’ promessa! E nunca deslanchei. Acho que dizer que eu nasci no mesmo dia do Rubinho Barrichello me ajuda muito nesse momento difícil. Sempre senti uma super conexão. (...) Fico pensando que eu sou aquelas manchetes do tipo: POR ONDE FOI PARAR MULAMBINHO GAÚCHO (aquele que em 96 era promessa e em 2010 tá trabalhando com reciclagem de latinha de alumínio)”. Vários pontos a comentar (inclusive o fato de que sim, essa minha amiga deslanchou, só não se deu conta ainda!) e é exatamente esse despertar que ocorre com a leitura que me fez lembrar o episódio das SALSICHAS (é o que eu chamo – e já patenteei a descoberta – de raciocínio Vandinha – que já é outra história). Pra se ter idéia de quanto é marcante e determinante (hoje tô trabalhada nos “-ante”) já contei esse episódio para mais de 1000 pessoas (frouxo frouxo) e contando por baixo! Mas, de qualquer forma, aí vai. Certa feita (adoro certa feita)... huumm não cabe “certa feita” (tsctsc). Era uma vez (sim, essa é boa, faz eu me sentir uma princesa – ok pensamento mágico) uma guria que foi estudar em um Colégio experimental (o que passa na cabeça dos pais de deixar pedagogos “experimentarem” com seus filhos? Ora, só também sendo pedagogo! haha) na primeira série do primeiro grau (nesse Colégio o nome era Alfa 1). Pois então, lá fui eu e mais sete vítimas para a primeira turma de Alfa 1 de um Colégio alterna... (pobre criançada! rsrs). Certa feita (agora sim!), as professoras resolveram aplicar vááááááriooooosssss testes de Q.I. na gurizada. Como eram somente oito crianças dava para testar de tudo! (minha pedagoga mãe até me disse, esses dias, o nome do teste e o seu inventor – dados que eu prontamente esqueci – vejam o trauma hehe). A experiência era a seguinte: a pesquisadora (ilustres professoras) colocavam em cima de uma mesa várias salsichas. Uma salsicha era comprida e magrinha, outra era pequena e gordinha, outra era intermediária e assim vai (pegaram o espírito da coisa né?) e chamavam cada sujeito de pesquisa (leia-se criança de primeira série de primeiro grau hehe) individualmente (com o devido cuidado de que uma criança não iria escutar a resposta da outra) e perguntavam ao pobre infante: as salsichas são iguais ou diferentes? Dos oito alunos da época, sete responderam que eram diferentes, afinal uma comprida e magrinha, a outra é baixinha e gordinha, a outra... Tudo diferente! Hoje, certamente, que eu também daria essa resposta, pois faz sentido, não faz? E aí chegou a minha vez (confesso que não sei se foi nessa ordem, mas que assim fica com mais impacto isso fica e como sou eu que estou contando, digo que foi assim, afinal a história é minha mesmo!) e me sentaram na frente da mesinha com as salsichas variadas e repetiram a pergunta: as salsichas são iguais ou diferentes? Eu, sem piscar os olhos, sem dúvida alguma, prontamente respondi: as salsichas são todas iguais. As professoras foram a loucuuuraaaa! Me deixaram na sala e correram para a sala da minha mãe (que ficava no mesmo prédio – coisas de economia de espaço no serviço público hehe) e chegaram todas muito animadas. Contaram, assim meio ofegantes (muita emoção), que eu tinha sido submetida ao teste X e que havia fornecido a resposta mais esperada. Eu respondi como uma criança genial, disseram que eu entrava na categoria de superdotados! Emocionadas e agitadas as professoras diziam que eu devia mudar de escola, que devia ir para um colégio especial, que meu Q.I. era excepcional! Minha mãe, muito calma e sempre muito centrada, tranqüilizou as professoras e disse o seguinte: - conheço minha filha, ela é muito inteligente, mas não é superdotada. Vocês ao aplicarem o teste e perguntarem sobre a diferença ou não entre as salsichas, perguntaram a razão da resposta? Perguntaram o por quê? Se não o fizeram, voltem e repitam o teste, mas no final, se a resposta se mantiver, perguntem o por quê. Dito e feito, as professoras desceram, repetiram o teste, eu decidida, mantive minha resposta e elas me perguntaram porque eu achava que elas eram iguais... E eu, do alto dos meus seis anos de sabedoria, respondi: porque todas são Endler! É meu dever explicar que Endler é uma famosa marca de salsichas e eu adorava ir ao super fazer compras com meus pais... Sei lá, obviamente, nem deve ter passado pelo meu brilhante cérebro que as salsichas tinha formas diferentes, mas tinham o mesmo volume, mas, poxa, vai dizer que não foi genial ter me dado conta da existência de marcas nos produtos em uma época de marketing não agressivo? Pois bem, depois que decretaram que eu não era um gênio (fato que até hoje eu, veementemente, discordo! hehe) vieram as seqüelas... E a mais forte delas (não não é nenhuma conectada a complexo de inferioridade!) é a sequela que não admite que ninguém, mas ninguém mesmo, me dê uma resposta, me diga alguma coisa, sem me explicar o porque, tintin por tintin! Mas lá se foi minha carreira no ITA ou na NASA...

PRODUÇÃO EM SÉRIE

Ontem estava relendo um livro que ganhei no Natal e já devorei várias vezes (DE WAAL, Frans. A era da empatia: lições da natureza para uma sociedade mais gentil. São Paulo: Companhia das Letras, 2010). Toda a vez que o abro, descubro um novo ângulo, um novo tópico, uma nova discussão (tudo na minha rica cabecinha, é claro!). Pois então... Ontem, deitada na beira da praia do Leblon, água quentinha (para os padrões gaudérios) e transparente (fazendo quase esquecer os 40ºC à sombra rsrs) abri meu livrinho mais uma vez e me deparei com a seguinte frase nos agradecimentos (eu, r e a l m e n t e, adoro ler agradecimentos – a gente aprende cada coisa acerca das pessoas com isso! Uma maravilha): Durante aproximadamente uma década, acumulei informações sobre o papel da empatia e da confiança na sociedade – tanto humana como animal – para A era da empatia. Talvez para um leitor desavisado essa informação passe despercebida e sem significado maior. Todavia, me proponho a provocar a partir de alguns pressupostos. O escritor é um acadêmico, pesquisador reconhecidíssimo em seu campo de atuação. Zilhões de pesquisas desenvolvidas. Diretor de centro de pesquisa super, hiper, mega (fixe!) renomado. Disputado por várias instituições. E, nos agradecimentos, o dito se dedica a agradecer as pessoas que o ajudaram nesses DEZ (10) ANOS de pesquisa, pois lhe possibilitaram escrever a obra em questão. Aí botei meus botões a funcionar... Dez anos de pesquisa para publicar 1 livro! Certamente, já houve artigos desenvolvidos, já houve palestras... Mas não muda nada o fato de que levou dez anos para construir as, aproximadamente, 350 páginas do seu livro. Pensei em vários outros acadêmicos de renome. Qual foi mesmo o último lançamento do John Rawls? O Jürgen Habermas publica um livro por ano? E o J.J.? O Professor Gomes Canotilho? Quantos livros publicou no ano passado? Quantos artigos em quantas revistas Qualis A? E o Alexy? Ta, tudo bem, agora já estou exagerando... É que essa indústria ta chegando à beira do ridículo. As agencias de fomento à pesquisa no Brasil, as mesmas que depois avaliam os cursos de pós-graduação nas universidades brasileiras, exigem quantidade. Querem que os questionários acerca dos cursos e das instituições preencham quantos... Quantos doutores? Quantos alunos? Quantas disciplinas? Quantos artigos? Pouco importa se o artigo publicado tem alguma coisa a ver com o que é pesquisado pelo programa examinado (tudo bem, tudo bem, as vezes importa! hehe). Pouco importa se a formação do pesquisador tem a l g u m a coisa a ver com o que ele vai ter que ensinar no programa. Números. O que importa são os números. É a transformação das ciências sociais aplicadas (no meu caso) para uma nova ciência econômica. Dia desses me dei ao trabalho (dizem que a curiosidade matou o gato... bom, mata as gatas também hehehe) de realizar um levantamento (com uso de excel e tudo mais) acerca da produção de alguns cursos de mestrado e doutorado em Direito no Brasil. A surpresa (que não foi surpresa, pois a minha hipótese foi confirmada e voi là... tese!) é de que poucos são os que publicam pesquisas com aderência e inovadoras todos os anos. Poucos são os que publicam na área do programa a que pertencem. Poucos são os que mantêm uma linha de pesquisa coerente. Muitos são os que fazem parte de um prêt-à-porter de ciência. Mercantilização de artigos. E sabem o que é pior (ou melhor, acho que melhor) achei que estava sendo super criativa nessa crítica, inovadora mesmo. e, de repente, não mais do que de repente encontro isso: a contabilização numérica de artigos publicados em revistas científicas legitima acadêmicos em seus campos de atuação. Mas em um cenário em que recursos de internet estão cada vez mais avançados, os papers podem ter se tornado uma mercadoria acadêmica que estaria seguindo a tendência do "darwinismo bibliográfico", cujo lema é publicar ou perecer. Essas foram as conclusões do artigo Entre fetichismo e sobrevivência: O artigo científico é uma mercadoria acadêmica?, publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os autores são Luis David Castiel, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp) da Fiocruz, e Javier Sanz-Valero, da Universidade de Alicante, na Espanha. Tudo bem, se a minha idéia não foi original lá se foi a minha tese, mas pelo menos não estou sozinha! E reflitam comigo: se Frans De Waal fosse brasileiro já tinha levado um cartão vermelho. Imagina... dez anos para produzir um único livro...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

QUE VENHA 2011

Que tempo é esse? É tempo que corre. É tempo que voa. É tempo de não ter tempo. É tempo de fazer e de esquecer. É tempo de andar. É tempo de exercitar. É tempo de trabalhar e de descansar. É tempo de ver amigos. É tempo de ouvir amigos. É tempo de família. É tempo de ficar perto. É tempo de estar longe. É tempo de ligar. É tempo de torpedo. É tempo de twitter e de facebook. Não é mais tempo de Orkut. É tempo de fazer. É tempo de esquecer. É tempo de esperar. É tempo de dizer. É tempo de estudar. É tempo de ler. É não ter tempo para escrever. É tempo de se perder, mas também é tempo de se encontrar. É tempo de refletir, mas também é tempo de renovar. É tempo de introspecção, mas também é tempo de programação. É tempo de avaliação, mas também é tempo de construção. É tempo de viver. Seja no tempo que for.




Que esse 2011 comece bem feliz. Que seja tempo de paz. Que seja tempo de amor. Que seja sério, mas que tenha tempo para rir. Que seja tempo de trabalho, mas que também seja tempo de curtir. Que seja tempo de ação, mas que também seja tempo de descontração. Que em 2011 seja tempo de realização de sonhos, mas que não seja tempo de realizá-los todos, pois 2012 está logo ali na esquina.


Assim me despeço de 2010. Me despeço no espírito do evento do ano!


Quando acordar de manhã, pense you are a good soldier, choosing your battles! Então pick yourself up, dust yourself off and back in the saddle! E se no caminho ficar dificil the pressure’s on and you feel it, but you got it all, believe it! E não tenha dúvida when you fall get up, if you fall get up! Today is your day, today is our day, I feel it! You paved the way, believe it!

Acredite em 2011!
Acredite em você!
Acredite que essa é a hora, que esse é o ano!
E força!
This time for Africa... ooooops (rsrs) This time for you, this time for everyone!

!Grande beijo e até 2011

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

DO MESMO SABOR

O que faz você feliz? Perguntinha de propaganda de supermercado... Ou do quê mesmo? Não importa. Mas, afinal, o que faz você feliz? Dia desses (como sempre) conversando sobre assuntos alhures e discutindo a vida alheia veio o papo: o que faz duas pessoas permanecerem juntas? O que faz duas pessoas se unirem a gente sempre imagina... Aquela história da primeira impressão, do tesão, do corpão, enfim, da paixão! Mas e o que faz permanecer junto? E aí que veio a conversa... Já passei muito tempo nesse estado, no estado de permanecer, portanto, sei as minhas razões (ou não sabia de razão alguma e por isso permanecia), mas queria pensar a razão dos outros... E aí, conversa vai e conversa vem... Pimba... Porque a gente gosta do mesmo sabor de sorvete, do mesmo sabor de suco, do mesmo sabor de massa, do mesmo sabor de bala, do mesmo chocolate, do mesmo programa de televisão, do mesmo tipo de filme, do mesmo tipo de diversão e a lista não acaba... É sempre “do mesmo”... E aí (como é de praxe) me botei a pensar, dando tratos à bola! Putz, então foi por isso que deixei de permanecer... Já não tinha mais nada “do mesmo”! hehe (os “hehe” é só para irritar os que se atacam com os “hehe”). Agora sério (como diria meu provecto e sábio pai), será que permanecer junto porque tudo é “do mesmo”, é, mesmo, uma boa? Será que a diferença não torna as coisas mais interessantes? Será que gostar de dois sabores diferentes de sorvete não dá mais oportunidade para a descoberta de novos prazeres? E de novos sabores? Ou será que a permanência se dá pela continuidade do mesmo sabor todo dia do mesmo jeito? Sei lá, acho que a diversidade é sempre mais interessante. Mas pensar assim foi uma evolução na minha vida. Muito já me acomodei naquilo que me parecia seguro, conhecido, tranqüilo, sem me dar conta de que se não tiver emoção, arrepio, surpresa, o seguro/conhecido/tranqüilo, é muito, mas muito chato. Ficaria entediada (ficaria, não, fico entendiada!) sempre com o mesmo sorvete, a mesma massa, a mesma bala, o mesmo programa de TV, a mesma pizza (poxa, imagine o resto da sua vida só dividindo uma pizza muzzarela!). E não estou aqui fazendo apologia à traição, nada disso! A gente pode dividir tudo, sempre com a mesma pessoa, mas ir descobrindo junto sabores diferentes e permitindo que cada um descubra o seu sabor favorito (e que este pode mudar o tempo todo, aleluia!). E aí que vem outra história que acaba corroborando com a minha tese... o diferente é bem legal. Uma amiga resolveu acompanhar outra amiga numa trip fora da sua praia natural. E veja só, acabou descobrindo que pessoas diferentes, que fazem coisas diferentes, que tem idades diferentes, podem acabar descobrindo um jeito diferente de se divertir (juntas!)! E foi assim que uma menina mais “velha”, já com a vida pronta (mas sempre pronta!) descobriu a diversão ao lado de um menino mais “novo” com a vida ainda se aprontando (mas já bem prontinho!). Como é bom se deixar levar pelo novo, pelo desconhecido, pela experimentação, sem se cobrar, sem se censurar, sem se analisar, enfim, sem se julgar. É legal deixar o diferente fazer parte da sua vida, é legal ousar, é legal se permitir (uma coisa meio lulusantiana) para não correr o risco de se arrepender por não tentar. E o que é melhor nessa história toda, você não precisa esperar que isso aconteça numa trip pra Austrália, pra Espanha, pra Portugal, ou mesmo, para Buenos Aires... Se libere e deixa que aconteça em qualquer ligar, em qualquer momento, que aconteça no seu trabalho, na sua escola, no seu bar, ou, até mesmo, na esquina da sua casa! A gente nunca sabe quando o diferente, o instigante, o interessante, o estimulante vai surgir... Pode ser que surja com quem está ao seu lado, pode ser que surja com quem você vê todo o dia, ou mesmo com quem você nunca viu... O que é certo é que para surgir o diferente você deve estar disposto a não deixar que a sua vida seja sempre a mesma, sendo igual. A vida pode até ser sempre a mesma, mas escolha, de vez em quando, uma pizza diferente, porque pode ser uma forma de encontrar a permanência no que é sempre igual, sendo diferente.

sábado, 25 de setembro de 2010

A SEGUNDA LEVA

Realiza a cena: mulher na casa dos 30, formada, empregada, salário muito bom, casa própria, carro na garagem, cachorro ou gato, bonita e... S O Z I N H A! O papo de mulher independente forjou uma mulher forte, culta, viajada, interessante, bonita de se olhar e boa de conversar. Contudo, essa mulher não encontra um parceiro legal (o que tá havendo com esse macharedo?). e olha que mulher (tá bem, nem todas) não dão bola pra estética, beleza realmente não é tudo no universo feminino (mas calma aí, há de se ter dente na boca... hehe). Alguns guris diriam que o atraente é o dinheiro. E como estão equivocados esses incautos rapazes. A guria da cena ali de cima ganha seu próprio sustento (mas é bom ninguém ficar disfarçando: todo mundo gosta de dinheiro para levar uma vida boa! O boa é que varia de vida para vida). A cena que descrevi, que na verdade nem bem é uma cena, é uma qualificação, não ocorre apenas com uma mulher, mas com varias. São médicas, advogadas, arquitetas, dentistas, juízas que não encontram um cara legal como companheiro. Elas tem mais de vinte, mas o corpo ainda tá com tudo em cima e a cabeça funcionando a mil (deixou de ser um aipim cozido, natural da tenra idade – rsrsrs) e não conseguem engrenar um relacionamento. É certo que boa parte delas já passaram por longos relacionamentos. Algumas casaram, outras noivaram (ai que roubada! Pra que serve o noivado em pleno século XXI?), mas quando voltam para o mercado não obtém sucesso em outro relacionamento duradouro. É assim, para relacionamentos eventuais, chove guri, mas e pra namorar? Parece que chega uma hora em que todos os gurizes interessantes estão comprometidos (noivos, namorando, casados). Outro dia, uma dessas gurias me disse que o que a gente acha que é qualidade, na verdade assusta! Acredita que o macharedo tem medo (do que será?). que os guris arrepiam quando sabem que a guria na frente deles é responsável pela UTI pediátrica de um grande hospital, ou que possui um enorme consultório odontológico em área nobre da cidade, ou que é advogada de grandes empresas, ou é que é juíza, procuradora, promotora. E aí, se afastam amedrontados. Poxa (eu adoro “poxa”, já notaram?), não nos disseram pra ter formação? Pra ter independência e ser independente? Mas confessem, ninguém pensou o efeito rebote. E hoje está sendo difícil para os guris lidarem com gurias com melhor formação, salários mais altos, que não dependem de um gajo para trocar uma lâmpada ou mesmo o pneu do carro. Se tudo isso assusta, incentivaram a carreira e acabaram com a família? Uma das teorias defendidas pelas gurias de 30 é que enquanto a galera estava ajeitando a sua vida sentimental, a mulher de 30 estava na especialização, no mestrado, no doutorado, na residência... e não pensem que não há diversão associada à uma boa formação! Não estamos falando de gurias nerds! Portanto, a conseqüência dessa opção é ter perdido a primeira leva de relacionamentos da idade adulta. Relacionamentos sérios. Conclusão: as gurias de 30 da cena ali de cima vão ter de esperar a segunda leva (os separados, os divorciados, os viúvos... ou até mesmo uma troca de namorada!) – o problema maior será se o escolhido ainda não tiver casado... o tempo de espera vai ser bem maior! :-D. Quando chegar a segunda leva, estejam atentas para não perder o segundo bonde e não esqueçam: independentemente de qualquer coisa, vocês moram com os pais, não estudam, fazem estágio no turno da tarde (pra poder dormir mais, afinal balada todo o dia cansa), só usam o cartão de crédito da mãe (porque vocês não tem conta em banco) e ainda não decidiram o que fazer da vida! Vai que assim a coisa vai?!!