Como uma onda no mar...

Como uma onda no mar...

sábado, 10 de julho de 2010

JULIETA

Já foram ver Cartas para Julieta??? Imperdível! Filme de menina, é certo! Pero, muito divertido e a fotografia é linda!
Verona, Itália. Bela desculpa para ir em busca do amor verdadeiro! Que necessidade essa nossa de dividirmos (vejam o que eu disse da vida ser composta de compartilhamentos) com uma menina de 13 anos as nossas dores de amor, deixando cartas para Julieta, na esperança de um conselho... ou de um milagre! Nas rodas de gurias (solteiras, separadas, "em tempo" e similares e até com as casadas, namorando e juntadas) o papo é só em torno da excursão da galera para Verona! E de repente uma delas avisa que já foi... uma menos... mas alto lá: ela é casada! Hummm será que essa história toda faz sentido? Que não é lenda? Que a Julieta realmente dá uma mãozinha? hehe
Minha sábia avó (salve Ceminha!) sempre disse para termos cuidado com os desejos! Porque com fé... eles se realizam! Pensamento mágico ou otismo, não importa. O que importa é que não sei se quero pra mim um amor como o da Julieta. Pensa bem, muito lindo, muito romântico, mas... Os dois morrem no final e não aos 80 cheios de filhos e netos se derrubando da varanda aos gritos! Eles morrem antes dos 15 anos (tá certo... outros tempos!). O certo é que não quero famílias em guerra, quero sogros e sogras divertidos e rindo juntos; não quero espadas, veneno e sangue, quero vida longa, flores e lágrimas (de riso... tá bom de tristeza um pouquinho também, afinal faz parte da vida); não quero irmãos em guerra, quero cunhados como irmãos (e aí sim vale uma briguinha de quando em vez); não quero um amor relâmpago e intenso a ponto de morrer por isso; quero viver de amor todos dias, por muitos e muitos dias e depois morrer amando; não quero segregação, quero agregação. Será que a menina que morreu de amor aos 13 anos consegue me aconselhar? Quem sabe ela talvez seja ainda mais lúcida do que eu... e que pensamento mágico quem tem sou eu!

IDENTIDADE

O que faz a gente dizer quem é? E não estou falando de um papo filosófico, astrológico ou esotérico. Quem ou que é capaz de asseverar quem é quem e determinar a nossa identidade? Sim, possuímos documentos de identificação (vários deles e cada um com o número diferente do outro) que são oriundos de diversos órgãos e instituições. Temos a certidão de nascimento (emanada de um cartório qualquer desse mundo que nos garante dizer que nascemos), temos a carteira de identidade (o que nos propicia um RG!), temos a carteira de motorista (para os felizes que usufruem do prazer que é dirigir e mesmo para aqueles que dirigem e não gostam), temos o CPF (número imprescindível, pois me parece que sem ele, mesmo tendo certidão de nascimento, não existimos), temos as identidades funcionais, temos o passaporte... E, se em algum momento, estivermos sem elas, sem esse monte de “issos”, quem sou? Quem somos? Será que me basto para me identificar? Sei que o tema não é inédito, anos atrás já se fez um filme em que a identidade da protagonista era roubada e toda a sua vida apagada dos bancos de dados oficiais (ela desparece, mesmo existindo – que paradoxo hein?). Uma crise provocada pela internet. Somos todos, afinal, números e siglas, talvez até sejamos uma seqüência binária (uma combinação específica de “zeros” e “uns”). O que me provoca à reflexão de que euzinha ao vivo e a cores dizendo que sou eu, não basta. Alguém deverá confirmar isso por mim, aí sim, vou estar livre para ser eu mesma, com todos os meus erros e acertos. Tive um experiência, no mínimo transcendental, recentemente. Eu tinha que comparecer em um local com uma identidade que contivesse um foto, RG e CPF, por uma razão inexplicável (talvez com uma sessão de terapia) eu esqueci minha bolsa em casa e cheguei ao local sem minha carteira e possuía, no ato, apenas a minha carteira de identidade funcional (diga-se de passagem de uma instituição de respeito, aliás eu estava dentro da própria instituição). A identidade funcional contém: foto, CPF, RG, data de nascimento e o nome (por óbvio), mas me disseram que não poderiam aceitar porque não era um documento oficial e porque a foto que nela contém é uma foto digitalizada. Ora, a foto do passaporte é digitalizada, a foto da carteira de motorista é digitalizada, a foto do RG é digitalizada, a foto da minha identidade profissional (do meu órgão de classe) é digitalizada, então qual o problema da foto da identidade funcional ser assim? Suponho que meu empregador não tenha dúvidas de que eu sou eu, mas a menina (treinada para isso, é claro) que me barrou disse que não poderia confirmar (mesmo tendo a foto e olha que a foto é recente) que eu, era eu! Saí do lugar frustrada e com crise de identidade (ou falta dela), voltei para casa correndo (quase voando), peguei todos os meus documentos com foto, RG e CPF e fiquei tranqüila. Ufa, me encontrei! Mas a vida tá sempre nos pregando peças... Eu que achava que tinha me encontrado tive minhas senhas de internet surrupiadas (como se faz isso hein?)... ou seja, aquelas coisas, espaços virtuais (que na real a gente nem sabe bem porque faz, porque usa...) tipo: Orkut, e-mail, MSN, facebook, blogs e tudo o mais. Com a minha senha entraram no meu e-mail, no perfil dos sites e assim por diante.Em contato com os administradores recebi a informação de que com o que EU estava informando, não era possível confirmar que EU era EU, logo não era possível redefinir senhas. Mas vejam só: ALGUÉM que NÃO SOU EU, confirmou que É e EU, que SOU EU, não consigo confirmar. O negócio é o seguinte: não adianta pegar todos os documentos para se encontrar é preciso que alguém confirme. Em resumo: estou perdida!

O MUNDO GIRA E BOTA TUDO SEMPRE NO LUGAR

Em uma viagem, há muito, muito tempo atrás, em um país distante, com costumes e língua diferentes, conversando sobre a fala como meio de comunicação e as grandes confusões que podem se formar quando se conversa e não se fala a mesma língua, um amigo me disse: “é muito mais fácil não se compreender quando se fala a mesma língua”. Até hoje penso muito nisso. Os desentendimentos, os mal entendidos, as confusões, as mágoas, surgem com muito mais facilidade quando falamos a mesma língua, ainda mais uma língua rica como a nossa, que cada palavra pode ter mil e um sentidos dependendo da forma como a utilizamos, sem contar a existência de um grande número de palavras. Às vezes uma simples frase, talvez mal construída (como essas) causa um estrago enorme e, aparentemente, irreversível. Das discussões às argumentações, dos xingamentos às declarações, se uma palavrinha for mal interpretada, se pode ir do amor ao ódio, da convivência ao esquecimento. Outro dia utilizei uma expressão em um sentido carinhoso, emotivo mesmo, contudo, a expressãozinha passou o recado como se fosse um desafio... E a guerra foi instaurada. Quem perde? Todo mundo, mas com certeza quem mais perdeu fui eu. Perdi o jeito na escrita. Descobri, de forma dolorida, que é melhor falar (de preferência olho no olho) do que utilizar os curtos meios da tecnologia como forma de comunicação. Isso pode funcionar pra grande massa, mas não para relacionamentos (não importa a natureza). E isso me lembra a nossa relação com o destino. Essa mania de achar que tudo que já está escrito pode ser revertido pelo livre arbítrio. Gaia tem vida própria, quando a gente menos espera, o mundo gira e bota tudo sempre no lugar.

FELIZ... POR QUE MESMO???

Hoje estava lendo sobre a importância de se ter uma razão para ser feliz. Que sempre alguém está feliz por alguma coisa, alguma motivo, por alguém, por si mesmo. Parece que temos sempre que ter uma causa para ser feliz, quase uma justificativa. Uma explicação para os que nos rodeiam de por que razão sorrimos, qual a razão dos olhos brilharem, de cantar sozinha no carro ou mesmo na frente de todo mundo. Ao mesmo tempo sempre temos que explicar a razão de estar triste, parece que estar sorumbático em alguns dias é como se fosse uma agressão ao mundo inteiro e torna um estar, em um ser e isso em dois toques.

Coisa estranha o animal humano... Para estar feliz é preciso motivo, para estar triste é preciso motivo, mas às vezes tenho a impressão que estar feliz perturba mais os outros do que uma tristeza sem fundamento... Quando encontro alguém tristonho sempre penso em tentar dar uma “levantada” no astral do indivíduo, mas na verdade é como se estivesse me protegendo da tristeza alheia. Que besteira. Ficar triste, às vezes, é bem bom. Ter um recanto e um momento para refletir. Para alguns é se entocar numa caverna verde e pensar, bem quietinha. Para outros é ver o mar, fazer um esporte, ouvir música, conversar com o gato, com o cachorro (nossa, eles ajudam muito em momentos de banzo!).

Juro que não sou bipolar, mas tenho passado por alternâncias de humor muito grandes (talvez seja uma prerrogativa de ser mulher). Algumas vezes me desconheço no meu agir, mas será que todos não somos um pouco assim? Às vezes me descubro mais triste do que deveria e me questiono a razão de tamanha tristeza e descubro que não tem razão que explique. Me vejo cansada, sem motivo. Desanimada, mesmo que esteja fazendo o que gosto. Claro que tudo na vida pode ser melhorado, afinal sem desafios não vamos a lugar algum. Contudo, não significa que esteja ruim do jeito que está.

Vejo pessoas que me desafiam a viver bem, mesmo sem saber. Vejo a vida se renovando todos os dias. Vejo que entendo melhor os que me rodeiam a cada olhar. Vejo que é muito melhor sorrir do que chorar. Por quê? Porque sim! Porque quando me lembro de momentos especiais, me lembro das risadas, das piadas, dos abraços, dos olhares, das mãos, das vozes... Não lembro de lágrimas (e olha que sou chorona), lembro de sorrisos, mas na real lembro de pessoas. E pessoas sorriem e choram, as vezes de tanto sorrir. Pessoas emburram, ficam mudas. Think clearly e se dê conta que não faz mal não ter motivo para estar feliz, que não faz mal passar umas horas na caverna verde. O que importa é viver, do jeito que for, mas viver do seu jeito. Devo estar na fase da mania!

DISPARATES... PORQUE RECORDAR É VIVER!

O que vem em primeiro lugar? Gostar de alguém ou de si mesmo? A resposta de qualquer livro de auto-ajuda (com hífen?) seria gostar de alguém... Desde que fosse você mesmo. Eu acho que vim com defeito no chip “gostar”. Às vezes penso que posso ingressar no AMA, aquele grupo de mulheres que alegam sofrer do mal de amar demais. Mas amar demais é possível? Acredito que seja problema amar demais alguém que não seja você mesma ou, pior, amar demais alguém que não te ama. Mas daí vem a calhar a pergunta: é amor? Voltemos às revistas femininas e a resposta vem clara (nos fazendo sentir completamente inoperantes por não ter descoberto antes) e em bom tom: claro que não é amor. Esse comportamento faz parte é de um projeto grandioso: fazer o amor não dar certo. Adoro amar e, talvez, seja esse o problema. Acho que devo me sentir mais tranqüila e segura amando do que sendo amada. Despachei todos os homens que se apaixonaram por mim e estou sempre enrolada com aqueles que não me querem. As amigas têm sempre uma explicação para a solidão de umas e outras: o número de mulheres é muito maior do que o dos homens, estatisticamente falando e, isso, só levando em consideração a questão de gênero. Se, depois de uma primeira triagem, ainda separarmos os membros do sexo masculino entre hetero dos homo, os números ficarão ainda mais desesperadores. Mas olho para o lado (é, as vezes, as mulheres são curiosas e bem observadoras; sim, isso é uma ironia) e vejo que tá todo mundo acompanhado ou que, pelo menos, tem um bando de gente em pares, mas outros tantos estão sozinhos, entre homens e mulheres bem legais. Me parece que tem algo errado nesse jeito de olhar as coisas. A natureza vai sempre dar um jeito de facilitar as combinações (ou será que eu tô viajando e o certo mesmo é lutar pelo HAREM como instituição mundial pra tentar garantir pelo menos um gajo???). Outras amigas, como é o caso de uma recém casada que virou para outra sem namorado: “como pode você solteira? É magra, é bonita, é independente”. Me botei a pensar: meu Deus quantos defeitos! O que falta ainda a essa pobre mulher? Deve ter algum defeito oculto ainda maior (sim, sim, claro que é outra ironia). E, nesse ponto, voltamos para o amor e o mal do século: não, não e não, o mal do século não é morrer de amor, como em uma maldição werneriana, o mal do século é não ser magra, o mal do século é ser solteira. Solteira e acima do peso? Aí sim, só lhe falta a morte! E aí vem novamente o momento da observação: tem um monte de casal misto (é pra rir!). a miscigenação de hoje em dia não é de raças ou de credos e cultos, é entre gordos e magros, entre bonitos e feios, mas basta uma outra olhadela na ruas para se ver casais que mais parecem ter saído de uma VOGUE estrangeira e outros que a gente olha e pensa: que mistura estranha (o cara é feio e a guria é linda ou vice-versa, se bem que o primeiro exemplo é sempre o mais comum). E depois de tanta volta... Voltamos à pergunta original. Claro que amar a si próprio é muito melhor, mas não dá para esquecer que amar a si mesma inclui grelhados, saladas e nada de doces e álcool. Putz, ficar sem namorado, sem chocolate e sem álcool? Será que não é demais? Claro que não diriam as que estão bem (ou mal) acompanhadas. Portanto, em vez de se atirar do 18º andar, te atira na esteira, no spinning, no transport e sai de lá quase anestesiada. Quase esquecendo que não vai ter ninguém em casa pra tomar um banho contigo ou te ajudar com um alongamento especial para uma relaxada depois da musculação (sim, não basta ser magra, não pode ser mole!). Eu ando apaixonada e faz bastante tempo, mas ele não me quer (e também não me solta). Acho que no fundo eles também são inseguros e talvez seja ainda mais difícil para os guris assumir suas inseguranças do que pra nós. As gurias foram programadas para ser o sexo frágil, mas ao mesmo tempo aprender a trocar pneu, reconhecer o ronco do motor, a trocar a lâmpada, a matar barata (isso não!), a fazer musculação (tem muita guria que faz legpress com muito mais carga que muito garanhão), a instalar o gás, mas se quisermos chorar no cinema, na frente de todo mundo, assistindo ao último filme do Richard Gere (vocês já viram? Vão chorar!) ninguém vai dizer nada, mas muito rapagão saiu correndo para o banheiro depois de “Marley e Eu”, quando a vontade era soluçar no colo da namorada, ou conforme as estatísticas, do namorado. Talvez a magia esteja no balanço e não na balança, esteja no equilíbrio! Sei que também isso não é novidade, mas encontrar prazer na academia também é muito legal (e de repente dá até para encontrar alguém prazeroso também!). Existem saladas ótimas (sem chicória, por favor) e dá até para dispensar o grelhado. Sei que amo e não sou amada, mas não desisti da busca de ser feliz ACOMPANHADA, não me venham com o papo que dá pra ser feliz sozinha! Isso sim é um papo FURADO. Ainda espero (de esperança mesmo) dormir com um boa noite e acordar com um bom dia que não sejam só por torpedos do celular, que sejam bem pertinho, que o dono da voz (e do celular) esteja ao alcance da mão e de um beijo. Enquanto isso gurias, se arrumem pra vocês mesmas, corram, comam muita salada e bebam muita água, mas seria um disparate deixar de brinda o fim do ano com um bom espumante, uma champagne, uma cava, uma asti e um chocolatinho! Viva a arte da compensação, porque no outro dia já vai ser uma segunda-feira.

A QUE MANDA E DESMANDA


Hoje me lembrei de uma passagem da minha vida que foi muito emocionante: certa vez, anos atrás (não interessa quantos!), fui visitar o ilustre poeta alegretense que adotou Porto Alegre para viver e no meio da nossa conversa ele me diz: “já sei tudo a teu respeito: Fernanda – a que manda e desmanda”. E não é que ele acertou! Essa sou eu! E nessa passagem de ano me lembrei dele outra vez. Mario Quintana escreveu um poema que diz: “A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são 6 horas: há tempo... Quando se vê, já é 6ª feira... Quando se vê, passaram 60 anos... Agora, é tarde demais para ser reprovado... E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. Seguia sempre, sempre em frente ... E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas”. A gente nunca vai ser reprovado na vida, porque na verdade nunca vai dar tempo para reprovação ou mesmo para uma recuperação. O negócio é ir sempre em frente, de preferência se aperfeiçoando no caminho.

A FORÇA DO PENSAMENTO

Dia desses estava lendo um livro, tipo assim (tipo assim é tão datado... e enjoado, mas caiu como uma luva aqui. E falando nisso, como é que algo “cai como uma luva”? Nunca tive uma luva fácil de colocar), “arrasa quarteirão”, e me deparei com uma frase, no mínimo, intrigante: “se um pensamento tem massa, então ele exerce a força da gravidade e pode atrair coisas para si”. Passei a refletir sobre o tema. Desde pequena que ouço minha vó materna tentando explicar a força do pensamento. Ela, por incontáveis vezes, discursou e, ainda discursa, sobre o poder que a mente tem de mudar as coisas. Sobre o cuidado que se deve ter com uma mente ociosa (jardim do diabo, não é mesmo?). Sobre o cuidado que se deve ter com o que se pensa e com o que se diz e, principalmente, com o que se deseja com muita, muita força. Porque para ela o pensamento e a palavra são instrumentos muito poderosos e que a gente não se dá conta do efeito que pode causar se mal utilizados. Provavelmente não tenha nada de novo na fala da minha vó, mas o que me despertou o pensar foram as fontes. Minha vó não é uma cientista, nunca estudou filosofia, não lê sobre as novas descobertas da ciência... Minha vó é uma costureira de mão cheia que com seus tecidos, suas linhas, sua máquina, sua tesoura (que a segurança de um aeroporto qualquer lhe tirou depois de mais de 50 anos de companhia, afinal é certo que uma senhora de 87 anos tem todo o perfil de um terrorista internacional) e sua imaginação criou obras de arte a vida inteira, mas nunca estudou física quântica. Mas voltemos ao poder do pensamento. Sempre ouvi que se desejasse algo com vontade, de coração e alma leve, que a minha vontade se realizaria. Claro que a essa máxima vinha um adendo... Tem que fazer por merecer. Ou seja, não adianta ficar sentada esperando. Mas se eu falasse com um médico a respeito, talvez ele me interne, afinal posso estar tendo uma crise de ruptura com a realidade e tendo surtos de pensamento mágico. Mas não é mágico o pensamento? Não é mesmo mágico pensar? Acho que enlouqueceria com a cabeça vazia. E acredito que não seria só eu, anos atrás uma amiga me dizia que não estava bem, que estava sofrendo de “occing”. E em seguida emendava, “tô tão mal que minha cabeça está oca” (occing... sacaram?), ma talvez seja um problema do cérebro feminino que não consegue parar de funcionar... Mesmo que seja a atividade um terreno fértil para pensar bobagem (minha especialidade). A minha vó diz que a mente é uma tela em branco e a gente projeta nela o que quiser por isso o cuidado no que vamos projetar nessa imensa e importante tela que é a nossa vida. E aí me deparo com o discurso de que talvez, quem sabe, o pensamento não seja tão vaporoso e que de repente ele possui massa, tem volume, tem peso e, sendo assim, está submetido ao poder da gravidade e pode atrair coisas para si. Volto para a teoria da minha vó: se você pensar positivo, desejar coisas boas é isso que irá atrair para o seu lado, mas se pensar negativo, se o seu pensamento ficar triste, com uma energia ruim, será essa a vibração que irá lhe acompanhar. Energia ruim, pensamento ruim atraem coisas ruins, atraem pessoas com o mesmo pensamento e isso não pode ser bom. Porque como também diz a minha vó, nem os anjos agüentam ficar por perto se a gente só pensa coisas ruins. Pense positivo, a vida é curta e mal dá tempo de se fazer tudo de bom que se pensa, quiçá se a gente ficar gastando tempo com o que é ruim... Vamos estar afastando até os anjos! Se bem que anjos... Anjos já são outra história.

DIA DE PRINCESA

Qual é, afinal, o problema do sapo? Será que alguém já pensou na auto-estima do sapo? Pra fazer parte do conto de fadas, o sapo “tem que” virar o príncipe, porque se ele não se transformar (prestem atenção que sapo só vira príncipe depois do beijo da princesa!), ele é só um sapo e não serve pra história nenhuma. Ele vai ser só um sapo verde, baixinho, gorducho e, que se tiver muita destreza, vai ser um bom comedor de moscas. Pare agora! Vocês não têm idéia de quanto príncipe que eu conheço que o que mais faz na vida é comer mosca. O cara pode até não ser baixinho e gorducho (e nem verde), mas é moscão. Tudo bem que eu sei que os contos de fada têm lá a sua função socioafetiva, mas uma delas com certeza não é a inclusão, contos de fada não tratam de aceitar o diferente (salve o Shrek e sua Fiona!). Os guris são treinados para serem príncipes (é certo que não vai ter castelos, exércitos e fortunas para todos eles) e as gurias “têm que ser” princesas. Dá um tempo! Na real ninguém explica que qualquer lugar pode ser um castelo, que todo mundo vai ter uma carruagem (nisso entra qualquer meio de transporte, de uma bike ao metro) e que é certo que tem uma princesa para cada príncipe. Só que ninguém avisa que o príncipe, às vezes, pode ser um sapo bem legal, ou um ogro, e que a princesa pode ser uma Fiona e nem precisa estar num reino muito, muito distante! E sei lá, às vezes o príncipe não procura por uma princesa e sim por outro príncipe. E daí? Tem algum problema? Claro que não! O que importa é ser feliz, não é isso? Recebi de uma amiga um e-mail que me trouxe até aqui. Ela, de férias, me conta seu final de semana de princesa, que tudo estava perfeito, mas ainda faltava o príncipe em sua vida. Ora gurias (e guris), pensem comigo: essa princesa trabalha (e muito), faz o que gosta, mora o ano inteiro numa cidade que é um paraíso para muita gente (ou até para todas as gentes!), chegou ao apogeu da sua carreira, paga as suas próprias contas e ainda consegue no final do ano viajar para uma das mais belas cidades do mundo com os melhores amigos. Essa guria já tem vida de princesa, o ano inteiro. Isso me faz pensar que a gente está sempre em busca do algo mais, que já é mais. Que já faz parte da nossa vida. Claro que falta o príncipe... é bom ter companhia, aliás é ótimo! Mas não é tudo! Pensem em quanto de princesa a gente tem todos os dias: um banho demorado, uma roupa legal, uma conversa ao telefone (ou ao pé do ouvido), um trabalho bem feito (sim, princesas também trabalham), uma corrida na beira da praia, um chopinho com os amigos (se for na Ilha – se for em Paris... uma champa com a galera!), o carinho da gata (e não Hilda, não precisa demonstrar amor trazendo camundongos ou matando sabiás, a gente sabe o quanto tu é legal) e dos cachorros. Agradeçam todos os dias gurias, somos princesas modernas... donas do nosso reino, mas tudo bem, eu confesso, o final de semana seria mais do que perfeito se fosse acompanhada do príncipe encantado (ou do seu ogro preferido!).