Como uma onda no mar...

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sábado, 10 de julho de 2010

DIA DE PRINCESA

Qual é, afinal, o problema do sapo? Será que alguém já pensou na auto-estima do sapo? Pra fazer parte do conto de fadas, o sapo “tem que” virar o príncipe, porque se ele não se transformar (prestem atenção que sapo só vira príncipe depois do beijo da princesa!), ele é só um sapo e não serve pra história nenhuma. Ele vai ser só um sapo verde, baixinho, gorducho e, que se tiver muita destreza, vai ser um bom comedor de moscas. Pare agora! Vocês não têm idéia de quanto príncipe que eu conheço que o que mais faz na vida é comer mosca. O cara pode até não ser baixinho e gorducho (e nem verde), mas é moscão. Tudo bem que eu sei que os contos de fada têm lá a sua função socioafetiva, mas uma delas com certeza não é a inclusão, contos de fada não tratam de aceitar o diferente (salve o Shrek e sua Fiona!). Os guris são treinados para serem príncipes (é certo que não vai ter castelos, exércitos e fortunas para todos eles) e as gurias “têm que ser” princesas. Dá um tempo! Na real ninguém explica que qualquer lugar pode ser um castelo, que todo mundo vai ter uma carruagem (nisso entra qualquer meio de transporte, de uma bike ao metro) e que é certo que tem uma princesa para cada príncipe. Só que ninguém avisa que o príncipe, às vezes, pode ser um sapo bem legal, ou um ogro, e que a princesa pode ser uma Fiona e nem precisa estar num reino muito, muito distante! E sei lá, às vezes o príncipe não procura por uma princesa e sim por outro príncipe. E daí? Tem algum problema? Claro que não! O que importa é ser feliz, não é isso? Recebi de uma amiga um e-mail que me trouxe até aqui. Ela, de férias, me conta seu final de semana de princesa, que tudo estava perfeito, mas ainda faltava o príncipe em sua vida. Ora gurias (e guris), pensem comigo: essa princesa trabalha (e muito), faz o que gosta, mora o ano inteiro numa cidade que é um paraíso para muita gente (ou até para todas as gentes!), chegou ao apogeu da sua carreira, paga as suas próprias contas e ainda consegue no final do ano viajar para uma das mais belas cidades do mundo com os melhores amigos. Essa guria já tem vida de princesa, o ano inteiro. Isso me faz pensar que a gente está sempre em busca do algo mais, que já é mais. Que já faz parte da nossa vida. Claro que falta o príncipe... é bom ter companhia, aliás é ótimo! Mas não é tudo! Pensem em quanto de princesa a gente tem todos os dias: um banho demorado, uma roupa legal, uma conversa ao telefone (ou ao pé do ouvido), um trabalho bem feito (sim, princesas também trabalham), uma corrida na beira da praia, um chopinho com os amigos (se for na Ilha – se for em Paris... uma champa com a galera!), o carinho da gata (e não Hilda, não precisa demonstrar amor trazendo camundongos ou matando sabiás, a gente sabe o quanto tu é legal) e dos cachorros. Agradeçam todos os dias gurias, somos princesas modernas... donas do nosso reino, mas tudo bem, eu confesso, o final de semana seria mais do que perfeito se fosse acompanhada do príncipe encantado (ou do seu ogro preferido!).

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