Como uma onda no mar...

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sábado, 10 de julho de 2010

O MUNDO GIRA E BOTA TUDO SEMPRE NO LUGAR

Em uma viagem, há muito, muito tempo atrás, em um país distante, com costumes e língua diferentes, conversando sobre a fala como meio de comunicação e as grandes confusões que podem se formar quando se conversa e não se fala a mesma língua, um amigo me disse: “é muito mais fácil não se compreender quando se fala a mesma língua”. Até hoje penso muito nisso. Os desentendimentos, os mal entendidos, as confusões, as mágoas, surgem com muito mais facilidade quando falamos a mesma língua, ainda mais uma língua rica como a nossa, que cada palavra pode ter mil e um sentidos dependendo da forma como a utilizamos, sem contar a existência de um grande número de palavras. Às vezes uma simples frase, talvez mal construída (como essas) causa um estrago enorme e, aparentemente, irreversível. Das discussões às argumentações, dos xingamentos às declarações, se uma palavrinha for mal interpretada, se pode ir do amor ao ódio, da convivência ao esquecimento. Outro dia utilizei uma expressão em um sentido carinhoso, emotivo mesmo, contudo, a expressãozinha passou o recado como se fosse um desafio... E a guerra foi instaurada. Quem perde? Todo mundo, mas com certeza quem mais perdeu fui eu. Perdi o jeito na escrita. Descobri, de forma dolorida, que é melhor falar (de preferência olho no olho) do que utilizar os curtos meios da tecnologia como forma de comunicação. Isso pode funcionar pra grande massa, mas não para relacionamentos (não importa a natureza). E isso me lembra a nossa relação com o destino. Essa mania de achar que tudo que já está escrito pode ser revertido pelo livre arbítrio. Gaia tem vida própria, quando a gente menos espera, o mundo gira e bota tudo sempre no lugar.

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