O que faz a gente dizer quem é? E não estou falando de um papo filosófico, astrológico ou esotérico. Quem ou que é capaz de asseverar quem é quem e determinar a nossa identidade? Sim, possuímos documentos de identificação (vários deles e cada um com o número diferente do outro) que são oriundos de diversos órgãos e instituições. Temos a certidão de nascimento (emanada de um cartório qualquer desse mundo que nos garante dizer que nascemos), temos a carteira de identidade (o que nos propicia um RG!), temos a carteira de motorista (para os felizes que usufruem do prazer que é dirigir e mesmo para aqueles que dirigem e não gostam), temos o CPF (número imprescindível, pois me parece que sem ele, mesmo tendo certidão de nascimento, não existimos), temos as identidades funcionais, temos o passaporte... E, se em algum momento, estivermos sem elas, sem esse monte de “issos”, quem sou? Quem somos? Será que me basto para me identificar? Sei que o tema não é inédito, anos atrás já se fez um filme em que a identidade da protagonista era roubada e toda a sua vida apagada dos bancos de dados oficiais (ela desparece, mesmo existindo – que paradoxo hein?). Uma crise provocada pela internet. Somos todos, afinal, números e siglas, talvez até sejamos uma seqüência binária (uma combinação específica de “zeros” e “uns”). O que me provoca à reflexão de que euzinha ao vivo e a cores dizendo que sou eu, não basta. Alguém deverá confirmar isso por mim, aí sim, vou estar livre para ser eu mesma, com todos os meus erros e acertos. Tive um experiência, no mínimo transcendental, recentemente. Eu tinha que comparecer em um local com uma identidade que contivesse um foto, RG e CPF, por uma razão inexplicável (talvez com uma sessão de terapia) eu esqueci minha bolsa em casa e cheguei ao local sem minha carteira e possuía, no ato, apenas a minha carteira de identidade funcional (diga-se de passagem de uma instituição de respeito, aliás eu estava dentro da própria instituição). A identidade funcional contém: foto, CPF, RG, data de nascimento e o nome (por óbvio), mas me disseram que não poderiam aceitar porque não era um documento oficial e porque a foto que nela contém é uma foto digitalizada. Ora, a foto do passaporte é digitalizada, a foto da carteira de motorista é digitalizada, a foto do RG é digitalizada, a foto da minha identidade profissional (do meu órgão de classe) é digitalizada, então qual o problema da foto da identidade funcional ser assim? Suponho que meu empregador não tenha dúvidas de que eu sou eu, mas a menina (treinada para isso, é claro) que me barrou disse que não poderia confirmar (mesmo tendo a foto e olha que a foto é recente) que eu, era eu! Saí do lugar frustrada e com crise de identidade (ou falta dela), voltei para casa correndo (quase voando), peguei todos os meus documentos com foto, RG e CPF e fiquei tranqüila. Ufa, me encontrei! Mas a vida tá sempre nos pregando peças... Eu que achava que tinha me encontrado tive minhas senhas de internet surrupiadas (como se faz isso hein?)... ou seja, aquelas coisas, espaços virtuais (que na real a gente nem sabe bem porque faz, porque usa...) tipo: Orkut, e-mail, MSN, facebook, blogs e tudo o mais. Com a minha senha entraram no meu e-mail, no perfil dos sites e assim por diante.Em contato com os administradores recebi a informação de que com o que EU estava informando, não era possível confirmar que EU era EU, logo não era possível redefinir senhas. Mas vejam só: ALGUÉM que NÃO SOU EU, confirmou que É e EU, que SOU EU, não consigo confirmar. O negócio é o seguinte: não adianta pegar todos os documentos para se encontrar é preciso que alguém confirme. Em resumo: estou perdida!
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